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Com a virada do ano, desejamos uma virada na nossa própria vida. Esperamos melhorar o que já está bom, e superar nos recuperando do que nos limita e nos impõe cargas. Os recomeços são sempre momentos de grande inspiração, onde nos sentimos ser capazes de mudar o jogo - o que de fato somos, com nossa subestimada capacidade resiliência - e esses ares de positividade apesar de oscilantes, deveriam durar o ano inteiro, não sendo perdidos de vista como é comum acontecer após algumas semanas - ou até dias - depois da virada do ano.


Para manter o 'espírito' do recomeço vivo dentro de nós, basta lembrar que a cada dia, nasce uma nova oportunidade de fazer tudo diferente. Cada dia é único, e não volta. Cada dia é um novo início, se permitirmos que seja. Nos falta viver no momento - no aqui e agora -, não reviver dores ou esperanças do passado, tampouco sofrer pela antecipação de um futuro que é moldado somente - e tão somente - pelo nosso presente.


Ficamos tão presos em nossas rotinas, modos automáticos e humores - que deveriam ser - momentâneos, que deixamos de ouvir nossas verdadeiras necessidades para que nos tornemos melhores. Falhamos em sentir corretamente; reconhecer de forma saudável nossas potencialidades e fragilidades para utilizá-las da melhor forma em prol do nosso desenvolvimento pessoal. Esquecemos de apreciar nossos esforços genuínos, independentemente dos resultados, e pouco os reconhecemos na falta dos resultados. Às vezes, tendemos a deixar nosso verdadeiro "eu" de lado enquanto nos certificamos de que estamos mantendo todos felizes, até que um colapso mental nos traga de volta à realidade.


Viveremos em um eterno looping de repetições até que cultivemos o amor próprio e treinemos princípios essenciais como o autocuidado e o 'estar presente'. A falta deles é tão prejudicial, apesar de discreta, que pode afetar todos os aspectos de nossas vidas sem que percebamos. São mascarado por boas ações, estimulado pela baixa autoestima e adoram usar a desculpa do "não tenho tempo" para enganar nosso subconsciente. E em meio a isso, em um mundo no qual o estilo de vida é de informação constante e transformação simultânea, precisamos desacelerar constantemente, digerir e descartar, não absorver tudo, ou acabar engasgando. É essencial estar atento. Poderíamos nos poupar de muito drama e evitar traumas se cuidássemos do nosso "eu" do agora como cuidaríamos de uma criança e estivéssemos presentes, inclusive nos momentos em que estamos sós. Então, por que não passar a fazer isso?


Nunca é tarde, desde que comecemos. Comece com o simples, básico. Abra as janelas e respire ao acordar. Esteja atento sobre o que, quanto e como você come. Olhe as pessoas nos olhos quando falar com elas. Leve sua alma à oração em vez de ter apenas um corpo presente. Facilite as coisas para si mesma. Se dê um momento de descanso e relaxe, reflita, recomece. Olhe para si mesma - humildemente - como o ser maravilhoso que você é, capaz de grandiosas coisas. Pare de se comparar com aquela blogueira, influencer, pessoas do Instagram ou até mesmo aquela amiga que parece ter tudo na vida milimetricamente resolvido. Abrace suas lutas e seja gentil, pois todo mundo está lutando de alguma forma.

Desligue o telefone por um momento e conecte-se.

Conecte-se na vida real. Conecte-se com o seu Criador. Conecte-se com o seu verdadeiro eu.

E então viva, se sentido mais viva do que nunca.


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Manie El Khal é Arquiteta, Urbanista, ‬Designer e Colunista Oficial da Hijab•Se. Mineira e descendente de marroquinos, é amante da fé e da arte e mescla-as para traduzir sua essência.

Conheça mais sobre sua história através do Instagram: @maghrebiyah


 

Por Manie El Khal, 28 de Fevereiro para o blog Hijab•Se

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Quantas vezes presenciamos um apelo para o cancelamento de uma pessoa ou o boicote de uma marca após uma polêmica? Muito provavelmente, foram inúmeras vezes. Um exemplo disso tem sido a grande frequência com qual figuras públicas têm desativado as redes sociais por estarem perdendo milhares de seguidores, para evitar um prejuízo maior à sua carreira e fonte de renda. Mas de onde será que vem essa tal de "cultura do cancelamento?". Ela é algo bom? Negativo? Será que acontece só com quem possui um nível mais alto de exposição na internet, ou estamos todos suscetíveis ao cancelamento? Vamos falar um pouco sobre isso no texto de hoje.

Justiça Social ou Linchamento Virtual?


Bom... que é um assunto pesado, todos nós sabemos. Apesar de ser originalmente motivado em sua essência pelo senso de justiça social, acaba na maioria das vezes resultando em um linchamento virtual, seja de uma pessoa, grupo ou marca. Se deu início à "cultura do cancelamento" como um pensamento coletivo aproximadamente na segunda metade da década de 2010, de forma global, o que foi tomando forma e intensidade ao passar dos anos com o desenvolver das redes sociais. Vamos resumir um possível cenário de cancelamento: Alguém - normalmente com um alcance maior nas redes - publicamente comete uma ação considerada politicamente incorreta ou diz algo que pega mal, ofensivo a um determinado grupo social ou um indivíduo. A internet vê, se rebela, repercute e não só repudia tal ação ou fala, mas determina também que o "malfeitor" deve ser cancelado, o que implica em puni-lo(a) fazendo com que ele ou ela perca seguidores e seu trabalho seja invalidado a partir daquele momento, descredibilizando seu histórico da mesma forma.


Ser alvo de um cancelamento pode vir de algo tão simples como um comentário, um posicionamento - ou até mesmo a falta dele - de forma consciente ou não. Muitas pessoas acabam sendo canceladas por dizerem algo equivocado do qual não possuíam pleno conhecimento sobre, ou por expressar uma opinião genuína sem qualquer maldade. Mas é como diz o famoso ditado contemporâneo:


"Deus perdoa, a internet não."


Prós e Contras


Mas será esse tal cancelamento algo completamente negativo? A verdade é que em alguns casos, a expressão coletiva de repúdio por determinado comportamento pode ser simplesmente uma legítima repreensão em massa de algo relevantemente repreensível. Pensemos assim: protestos são uma forma de cancelamento, onde se demonstra a repreensão a injustiças e atitudes/ políticas/ ideologias negativas, evitando que elas sejam reproduzidas na sociedade. Isso não é ótimo? Temos a liberdade de expressão e o poder de derrubar o que fere direitos coletivos em nome da justiça social, mas devemos sempre estar atentem nos questionando se estamos fazendo isso da melhor forma quando realmente for necessário. Em qualquer caso, a rejeição deve estar direcionada às atitudes e falas merecedoras de cancelamento, e não a quem fez ou disse. Sim, o sujeito deve ser corrigido, e dependendo, até mesmo punido por isso, mas esse papel já não é mais nosso, certo? Afinal, o mundo dá voltas, e na roleta do cancelamento todos tem chances iguais.


"Cancelamento Solidário"


É possível sim que algumas vezes a repercussão de um cancelamento seja uma verdadeira campanha difamatória, como uma reação desproporcional e exagerada a uma atitude ou fala não intencionalmente ofensiva. A adaptação da forma de debate público contemporânea, ao ser reproduzida dessa maneira, traz grandes preocupações, tendo em vista que em alguns casos isso acaba gerando graves consequências para uma pessoa como ser humano, para além da perda de seguidores, dinheiro ou reputação. Qual era mesmo aquele termo super famoso da atualidade? Ahhhh, sim! Empatia. Ganhamos mais como sociedade - e principalmente como indivíduos - sendo empáticos e usando o diálogo para entender o outro lado e corrigir, ou cancelando? As duas opções são igualmente acessíveis, a escolha é nossa.

Cancelamentos da Vida Real


"Mas eu não cancelo ninguém, quase nem uso redes sociais". Tudo bem, mas aqui está a pergunta: e em seu círculo social? O que a sociedade reproduz na internet não é nada menos que o reflexo de quem somos em nossos círculos. Qual é a nossa reação quando sabemos de alguma irmã que em algum momento removeu o Hijab - talvez por falta de apoio em sua jornada -? E aquele irmão recém revertido que vimos cometer algo "islamicamente incorreto" - que possivelmente nem sequer sabia do erro -? Quantas situações vivemos em nosso dia a dia em que nos sentimos ofendidos por algo - muitas vezes inintencional - e retribuímos com um comportamento ríspido e cancelador, até mesmo com o nosso mais próximo e querido círculo de convivência?

"Cultura do cancelamento". Já passou da hora de dizer tchau e trazer à tona um novo método, não é? Uma "cultura" baseada em empatia, diálogo e justiça social em suas reais formas, que jamais se maquiaram de canceladoras. Na cultura do cancelamento, cada um de nós pode dar o decreto, vamos usar isso ao nosso favor. Eu cancelo essa "cultura", e você?


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Manie El Khal é ‬Designer de Interiores, estudante de Arquitetura & Urbanismo e Colunista Oficial da Hijab•Se. Mineira e descendente de marroquinos, ‬atua como professora, palestrante, orientadora para mulheres muçulmanas e não-muçulmanas na comunidade de Minas e trabalha como voluntária para a IERA em Belo Horizonte.

Amante da fé e da arte, mescla-as para traduzir sua essência.

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