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Por Manie El Khal, 12 de Maio para o blog Hijab•Se

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Parece que foi ontem que recebemos o mês de Ramadan de braços, coração e alma abertos para suas bênçãos, não é mesmo? Eis aqui seu último dia. O selar do Ramadan é sempre um conhecido mix de sentimentos, e em um contexto como o que temos vivido, isso apenas se amplifica.


Amanhã, quinta-feira dia 13, damos as boas vindas a um novo mês do calendário lunar islâmico e nos despedimos do Ramadan da melhor forma: com caridade, oração, quebra do jejum e muita celebração, ainda que celebrações tímidas enquanto permanecemos reclusos em nossos lares. Normalmente nos encontraríamos em Mesquitas, trocaríamos calorosos abraços, muitos "Eid Mubarak!" por aí e até presentes. Mas esse ano, mais uma vez reduzimos a escala na qual celebramos o nosso Eid. Não podemos espalhar nosso calor pelo mundo nesse momento, mas podemos comemorar a oportunidade que vivemos com Ele, que nos acompanhou por todo o mês, nos permitiu chegar até aqui e nos assistiu do início ao fim, esperando agora que levemos todas as bênçãos do Ramadan para o nosso dia-a-dia fora dele, por todo o ano.


Enquanto isso, há quem também se entristeça pela partida do Ramadan. "Não fiz o suficiente" é um pensamento comum e constante. Mas quer saber da verdade? Allah busca cada esforço e o aprecia, ao invés de buscar nossas falhas para nos repreender por elas. Para muitos de nós, esse mês de adoração intensa aconteceu durante outro período intenso de nossas vidas, com o qual nossas rotinas se chocam enquanto exigem de nós uma dedicação similar. Tudo bem, Ele sabe. Nós somos falhos, humanos, e mais uma vez, Ele sabe. O Ramadan é também uma oportunidade de olharmos para nossa humanidade e reconhecermos nossas limitações para trabalharmos nelas. A misericórdia Divina alcança todas as coisas, e nos envolve como parte disso.


O mês de Ramadan nos escancara muitas coisas, boas e ruins. Em nós mesmos e no mundo, dentre o palpável e a dimensão oculta. Nossa jornada com ele foi de encontro a nós mesmos e nosso propósito, renovando nosso contato com a orientação divina vinda diretamente Dele. Passamos por um "intensivão", mas não acaba por aqui. Um mês é o suficiente para nos criar novos hábitos, porém, a manutenção para mantê-los se estende para todo o depois. Da mesma forma, tudo de bom que tenhamos feito, aprendido ou dito nesse período conteve bênção, e as bênçãos jamais perecem, pelo contrário: se multiplicam conforme as reconhecemos e as buscamos.


“O mês de Ramadan foi o mês em que foi revelado o Alcorão, orientação para a humanidade e vidência de orientação e Discernimento. [...] Deus vos deseja a comodidade e não a dificuldade, mas cumpri o número (de dias), e glorificai a Deus por ter-vos orientado, a fim de que (Lhe) agradeçais.”

Alcorão 2:185


Este capítulo do Ramadan se fecha. Celebraremos o Eid, então. Mas como celebrar em um tempo onde tudo parece tão incerto? Tão errado?

Temos sim, vivido tempos difíceis, seja globalmente com a pandemia, em nossa esfera pessoal ou dentro da nossa Ummah (comunidade). Assistimos perdas, a ignorância e a opressão aumentarem cada vez mais, seja aqui ou lá fora, e nos perguntamos como podemos estar em paz com tanta coisa ruim acontecendo no mundo. Observamos todos os tipos de crueldade acontecerem, inclusive crianças e famílias palestinas sendo massacradas por tantos anos sem nenhuma interferência, como tem sido marcante nas últimas semanas, durante o mês Sagrado do Ramadan. Entretanto, ainda é Eid Mubarak. Ainda celebraremos (todos) os Louvores de Deus por essa dádiva sem medida que é o Ramadan, o Alcorão, o Islam. Por ter nos feito muçulmanos aqui e agora. Por ter nos feito necessários em um mundo como esse, onde somos luz, e nos esquecemos. Celebraremos para mostrar que ainda estamos aqui, que somos fortes e estamos juntos. Enquanto o mundo tenta nos silenciar, Allah nos ouve. Qual sua súplica?


Ainda é um Eid Mubarak. O início de novos tempos, em que a esperança e a fé são nossos guias, ofuscando o medo e o desespero. A brisa de ar fresco está a caminho, um mundo melhor está a nosso alcance, e em breve, teremos um Eid Mubarak doce e sereno, em todos os lugares do mundo, do Brasil à Palestina, onde crianças e famílias se unem para celebrar a vida ao fim de um Ramadan.


“Quando Meus servos perguntarem por Mim, por certo que Estou Próximo e Ouvirei o rogo do suplicante quando a Mim se dirigir...”

Alcorão 186:2


Qual sua súplica? Faça seu pedido de Eid para si e para o mundo e tenha fé. Ele está próximo.

Eid Mubarak! ♥

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Manie El Khal é ‬Designer de Interiores, estudante de Arquitetura & Urbanismo e Colunista Oficial da Hijab•Se. Mineira e descendente de marroquinos, ‬atua como professora, palestrante, orientadora para mulheres muçulmanas e não-muçulmanas na comunidade de Minas e trabalha como voluntária para a IERA em Belo Horizonte.

Amante da fé e da arte, mescla-as para traduzir sua essência.

Conheça mais sobre sua história através do Instagram: @maghrebiyah


 

Atualizado: 5 de abr. de 2021

Por Manie El Khal, 04 de Abril para o blog Hijab•Se

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Estamos nos aproximando da chegada do nosso tão querido e esperado hóspede: o Mês de Ramadan. Parece que foi ontem que recebemos, vivenciamos e nos despedimos desse Mês Sagrado no ano passado, não é mesmo? Com o mês chegando ao fim nós já sentíamos saudades, esperançosos em alcançá-lo novamente, e cá ele está: a alguns dias de nós.


Muçulmanas e muçulmanos no mundo inteiro se preparam para o Ramadan como um evento épico e nós já abordamos o por que do mês ser tão especial para nós, mas vamos recapitular. O Ramadan é aquela brisa de ar fresco em meio a tempos difíceis, que nos traz leveza, fé e esperança de tempos melhores como resultado das bênçãos Divinas e recompensa por nossos esforços para sermos melhores como seres humanos e muçulmanos. Já ansiamos por ele normalmente, e em tempos de pandemia, é mais do que natural esperarmos ainda mais ansiosamente por sua chegada, apesar de mais uma vez vivenciarmos esse mês de tamanha sociabilidade em isolamento.


Este é o momento em que durante todo o mês as portas do Paraíso se mantem abertas recebendo nossas súplicas e quando Deus, O Criador, abre ainda mais espaço para nossa conexão e proximidade com Ele. Uma chance dessas devemos aproveitar ao máximo, não é mesmo? Então para que possamos usufruir de todas as bênçãos do Ramadan, vamos tratar de algumas dicas juntas(os).


Preparação Prévia

Como qualquer data especial, devemos ter tudo previamente pensado e preparado antes do ocorrido, para que tenhamos a organização e praticidade no dia-a-dia que nos permita utilizar menos tempo com coisas secundárias e mais tempo dedicando ao que realmente importa. Para o Jejum, prepare-se jejuando alguns dias que ainda restam no mês de Shaaban para acostumar seu corpo e dessa forma evitar a fadiga. Para as orações, faça algumas unidades facultativas de Sunnah após as orações obrigatórias, para criar o hábito. Dedique alguns minutos para a leitura do Alcorão todos os dias, aumentando o tempo gradualmente... E por aí vai.


No geral, organize seu dia-a-dia de acordo com seus compromissos rotineiros e dando atenção especial para o seu momento de desconexão do mundo e conexão Divina. Anote e mentalize atos de mudança, reconheça aquilo que quer deixar para trás e hábitos positivos que deseja construir de forma consistente. Não apenas saiba o que quer fazer ou deixar de fazer, mas principalmente, como irá alcançar essas metas.


Decoração

Todos nós entramos estamos em consenso de que o Ramadan deve nos tocar pessoalmente e dessa forma vai muito além do que estar em um país de maioria muçulmana, de estar em comunidade ou de decorar a casa, certo? Apesar de todas essas coisas ajudarem sim a nos sentirmos em maior imersão com o Mês, é a reflexão sobre o seu significado e o quão esforçados somos para manter essa atmosfera viva individualmente que faz a diferença. Contudo, tendo em vista especialmente o isolamento social, é de grande ajuda que nossos lares tenham "um ar de Ramadan" na decoração, com artigos personalizados como os da loja brasileira Zikrayat By Yasmin. Coloque a mesa de forma agradável para as quebras de jejum em sua casa, e caso você tenha condições, invista em ideias fáceis e práticas e faça você mesma(o) algo como o seu cantinho de orações com almofadas, um tapete confortável, um banquinho ou poltrona... Para a ambiência use as próprias luzes do ambiente, lanternas decorativas ou até mesmo velas aromáticas (e por favor, manuseie-as com cuidado e em um local seguro). O ambiente confortável, perfumado e agradável irá te proporcionar ainda mais vontade de passar tempo nele, podendo ser seu local de orações, de reflexão e de leitura ou recitação do Alcorão.


Alcorão Sagrado

“O mês do Ramadan é aquele em que foi revelado o Alcorão: orientação para a humanidade, evidência de orientação e discernimento...”

Alcorão 185:2


Devemos compreender antes de qualquer coisa que a importância do Ramadan está principalmente na Revelação do Alcorão, sendo o nosso principal foco durante o mês. Devemos nos permitir ser reapresentados à Mensagem, recebendo a orientação e lições que Deus nos oferece em Suas Palavras como se fosse o primeiro contato com eles. Por isso, o contato com o Alcorão é essencial. Se você não tem um Livro físico, peça um gratuitamente na Mesquita mais próxima ou através da FAMBRAS.


Leia com a intenção de receber orientação e bênçãos e pondere sobre o que é lido. Pesquise mais sobre o assunto em fontes confiáveis para entender melhor o contexto de cada passagem ou capítulo. Se entende o Inglês, acompanhe as explicações contextuais do Alcorão do Bayyinah Institute ou os especiais de Ramadan do Yaqeen Institute. Se puder, memorize algo, ou desafie-se a aprender nesse Ramadan, ainda que um único versículo. Substitua a música ou mesmo o silêncio por uma bela recitação do Alcorão (ex.: Hazza Al Balushi, Islam Sobhi, Yasir Al Dosary, Maher Al Muayqali)... As opções são infinitas, escolha sua preferida e seja consistente, apenas não deixe de aproveitá-las.


Oração

Antes mesmo do Jejum se iniciar, assim que anoitece a véspera do Ramadan já somos abençoados por sua chegada. Que tal receber o mês da melhor forma? Na noite de véspera já se pode fazer a oração voluntária noturna do Ramadan, chamada de Tarawih. O Tarawih consiste de orações realizadas de duas em duas Rak'ats (unidades/genuflexões) completas, até que se completem 8. Nessa oração, podemos treinar partes do Alcorão que já memorizamos, mesmo que repetitivamente. Podemos também investir nas súplicas em prostração, pois é nelas que "o servo se encontra mais próximo de seu Senhor". Após o Tarawih, fechamos normalmente com 3 Rak'ats de Witr, com uma súplica na última genuflexão. Se você não consegue fazer 8 Rak'at no Tarawih, faça 4. Se não consegue, faça 2. Apenas se esforce em não deixar de fazer, e a bênção e recompensa vêm Dele. ♥


Súplica

“Quando Meus servos perguntarem por Mim, por certo que Estou Próximo e Ouvirei o rogo do suplicante quando a Mim se dirigir...”

Alcorão 186:2


Essa passagem já diz tudo, não é? Mencionada por Deus exatamente no contexto que se refere ao Ramadan, a Revelação do Alcorão e o jejum, vem aí a súplica, aquilo com o qual se armam os que creem e a "única coisa que é capaz de mudar o Destino". Ao contrário do que muitos pensam, não devemos nos evergonhar ou hesitar em pedir a Deus, pelo contrário. Allah, Louvado Seja, fica feliz em ver nossas súplicas sendo direcionadas a Ele, mesmo que para as coisas mais básicas das nossas vidas, pois até mesmo o básico é impossível de acontecer sem a Sua permissão. Com as portas do Paraíso e da Misericórdia abertas, há muito o que se pedir, e quem de nós não tem listas de desejos pra nós mesmos, nossas famílias, amigos, quem amamos e para o mundo? Em momentos como os que temos vivido, a possibilidade maior de termos nossas súplicas é uma dádiva necessária e um tesouro de muito valor. Nada é grande demais para Ele, e cada súplica vale.


Jejum

O jejum de Ramadan nos traz o senso de solidaderiedade ainda mais vívido, pois nos permite refletir com a fome ou sede que sentimos em poucas horas que devemos fazer mais por aqueles que sentem fome, sede, frio e dificuldades no geral por dias, meses, anos, sem uma perspectiva para o fim de seu jejum involuntário.


Além disso, ao jejuarmos deixamos o sistema digestivo descansar por algumas horas, podendo assim usar de toda a energia que seria usada no processo para executarmos outras atividades de importância. Com o estômago vazio alimentamos nossas mentes e almas com o Alcorão e a reflexão, permitindo que penetrem mais fundo. Pelo lado da ciência, existem diversos estudos que mostram que a prática do jejum de Ramdan realiza uma espécie de Detox potente no corpo, fazendo limpas que normalmente não são feitas quando estamos regularmente alimentados, com espaços de tempo muito pequenos entre as refeições, sendo um potencializador para nossa saúde e sistema imune, físicos e espirituais.


Boas Ações

Para fecharmos com chave de ouro, recordemos juntas(os): O Ramadan não é "apenas" jejuar, fazer orações, súplicas ou ler o Alcorão, se não dermos a cada ação uma intenção pura. É Ramdan após o pôr do Sol, depois que quebramos o jejum, depois que terminamos as orações, então, que possamos lembrar disso no agir, mantendo as práticas das boas ações e fugindo dos "nossos demônios" mesmo após o fim do Ramadan. Que usufruamos desse mês da melhor forma, recalibrando nossos corações, aprendendo a prática de virtudes como paciência, disciplina, solidariedade, perdão e consistência... Fazendo o bem, provando a doçura da fé e da proximidade a Deus e sua Orientação para que assim possamos ter forças e bênçãos para lidar melhor com o resto do ano, até o próximo Ramadan, inshaAllah (com a permissão de Deus).


Ramadan Mubarak! Um abençoado Ramadan ♥

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Manie El Khal é ‬Designer de Interiores, estudante de Arquitetura & Urbanismo e Colunista Oficial da Hijab•Se. Mineira e descendente de marroquinos, ‬atua como professora, palestrante, orientadora para mulheres muçulmanas e não-muçulmanas na comunidade de Minas e trabalha como voluntária para a IERA em Belo Horizonte.

Amante da fé e da arte, mescla-as para traduzir sua essência.

Conheça mais sobre sua história através do Instagram: @maghrebiyah

 

Por Francirosy Campos Barbosa, 25 de Outubro para o blog Hijab • Se

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Cientistas Sociais da religião já apontaram o trânsito religioso que muitos brasileiros acabam realizando em toda a sua vida. É possível encontrar um-a muçulmano-a que já foi candomblecista, espírita, evangélico, católico, em algumas situações até mais de uma religião. O ser humano busca o encontro transcendente, mas nem sempre sabe por onde começar. Alguns encontram por meio do estudo em universidades, outros por meio do casamento, viagem, livro, amigo. Do ponto de vista islâmico não importa como você chega a Deus, porque será sempre Ele que encaminha quem Ele quer e certamente usa as ferramentas apropriadas para cada um.


O que muitos não sabem é que a escolha por uma religião te coloca de frente a novas regras, novas formas de ações, pensamentos, e que isso não se muda da noite para o dia. Uma pessoa que aos 40 anos resolve se tornar muçulmana, esteve durante 40 anos vivenciando outras experiências, outras relações sociais, por isso, qualquer mudança radical vai soar estranho em sua família. É comum ser rechaçado por familiares. Por que isso acontece? Há várias razões para isso, vou apresentar algumas possibilidades.


Imagine você, que tinha uma filha que frequentava praias, baladas, comia feijoada, abraçava os amigos e de repente esta filha aparece de abaya, lenço, e passa a não comer mais sua comida e a corrigir o comportamento das pessoas. O que você pensaria? No mínimo que a mesma foi abduzida por um extraterrestre. As pessoas não conhecem o Islam, e quando sabem alguma coisa é sempre distorcido e o que aparece em filmes americanos representados por homens terroristas, mulheres oprimidas, sequestro de crianças, etc. Muitos filmes americanos criaram a imagem do Islam como sendo o mal do mundo. O cinema, a literatura ocidental, a mídia em geral contribuíram para demonizar o Islam e os muçulmanos e, certo dia, você aparece vestida como uma muçulmana. O que acha que todos vão pensar?


Por isso, venho sempre alertando que o melhor é mudar o que está por dentro, antes de mudar o que está por fora. Respeite mais os seus pais, pois isso no Islam este é um comportamento fundamental. Não brigue com amigos por causa da sua religião. Vá aos poucos demonstrando a sua mudança de pensamento e de comportamento. Aprenda a rezar e adorar a Deus, Ele é a força que precisa. Há menos coisas proibidas (haram) do que as pessoas costumam falar. Você não precisa acabar com a sua vida social, apenas precisa colocar pequenas regras para que as pessoas percebam que algo está diferente e o que elas devem notar é a sua devoção amorosa a Deus e não radicalismos. Não afaste as pessoas, afaste-se dos pecados.


Disse o Altíssimo (LV, 60): "Não será o próprio bem a recompensa do bem?"

Os seus amigos continuarão seus amigos se perceberem que a sua mudança é verdadeira, e não uma “modinha”, uma fulga ou qualquer outra coisa. Toda mudança tem que ser paulatina. Pense sempre: o que eu posso mudar hoje? O que eu posso melhorar? Toda mudança precipitada vem carregada de emoção e não de razão. O Islam é a religião da razão, do equilíbrio.


Um alerta importante que costumo fazer é que não precisamos deixar nossa mãe almoçar sozinha no natal, devemos acompanha-la aproveitando para explicar como os muçulmanos veem a festa cristã, o profeta Jesus, Maria. Antes de sair cortando amizades, explique aos seus amigos a sua experiência religiosa, e não se coloque melhor que eles, porque só Allah sabe o que vai no coração de cada pessoa.


Para nós mulheres há obrigação do lenço, mas considero um equívoco que o lenço chegue antes da fé, da oração, do conhecimento, antes da prática dos pilares. Hijab não é pilar da fé ou da prática. No Brasil, é preciso se preparar para seu uso. Não se é menos ou mais muçulmana por usar o hijab. Não se imponha algo que ainda não consegue carregar. Isso será danoso para você e para as outras mulheres que o usam diariamente. Hoje temos o conceito de roupa modesta – consulte o blog do hijab-se para se informar a respeito disso. Comece mudando sua forma de vestir/agir. Seja tolerante, respeitoso com outras formas de pertencimento dos seus familiares. Você mudou de religião e não eles.


Disse Abu al-Darda': "A plenitude da fé está em suportar com paciência aquilo que ela impõe (hukm) e em sentir-se contente com o destino que ela reservou para ti" (KM).

O véu não é bonito por causa da cor, do modelo, ele é bonito porque simboliza o Islam, mas se quer ser reconhecida por Deus aprenda a salat, aprenda os ensinamentos do profeta SAAS, aprenda recitar e purifique seu coração. Quando se torna muçulmano todos seus pecados são apagados, por isso, a necessidade de tomar banho e vestir uma boa roupa, para simbolizar este começo de vida. É recomeçar uma nova estrada, e esta não pode haver intolerância, radicalismo. Mudar o comportamento é um processo lento e cotidiano.


Todas as vezes que você disser que está sendo julgado-a por sua família, se pergunte internamente como você apresentou o Islam para eles. Eu não estou dizendo que você não deva usar o lenço ou mudar suas roupas, seu comportamento, mas sim, que tudo na vida é “como”. Como eu vou contar sobre o meu pertencimento? Como vou me apresentar aos amigos, familiares?


Gabriel veio ao Profeta, que Deus o abençoe e lhe conceda paz, e disse: Ó Muhammad, viva o que quiser, pois você é mortal e faça o que quiser, porque você é recompensado com isso, ame quem você desejar, pois você irá se separar dele. Saiba que a honra do crente é se levantar pela madrugada em oração para ELE e sua glória é não depender das pessoas (ser auto suficiente). _Narrado por al-Tabarani no Al Awsat".


É comum a nossa euforia após a reversão. Lembro-me da minha Shahada feita pelo Twitter e depois presencialmente, a emoção que eu fiquei, chorei durante um mês, mas sempre busquei o momento certo e as pessoas certas para contar sobre o meu pertencimento religioso, isso foi fortalecendo o meu caminho espiritual. Quando fazemos a Shahada renascemos e este renascer é todo dia, por isso, a Shahada não é um “fim” e sim, o começo de uma vida de devoção. Todos os dias, neste caminho espiritual, temos algo a aprender com os nossos irmãos e irmãs, mas nossa devoção é para Allah e tão somente a Ele. As nossas intenções serão recompensadas, mesmo que não consigamos realizar tudo que desejamos, mas intencionar, ter este propósito é importante para nos fortalecer. Allah sabe mais de todas as coisas.

Que Allah guie a todos nós a senda reta, nos abençoe e perdoe nossos pecados.


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Dra. Francirosy Campos Barbosa é antropóloga, Livre Docente no Departamento de Psicologia da USP Ribeirão Preto, pós-doutora pela Universidade de Oxford sob orientação do professor Tariq Ramadan, coordenadora do GRACIAS – Grupo de Antropologia em Contextos Islâmicos e Árabes. Autora do livro: Performances Islâmicas em São Paulo: Entre Arabescos, Luas e Tâmaras, 2017. Diretora dos documentários: Allahu Akbar, Vozes do Islã, Sacríficio, Allah; Oxalá na trilha Malê (todos disponíveis no vimeo.)


Acompanhe pelo Instagram: @francirosy_campos

 

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