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Por Manie El Khal, 30 de Agosto de 2019 para o blog Hijab • Se


Para as amantes de inciativas, movimentos e revoluções liderados por mulheres, aqui vão duas notícias: Em Dezembro de 2019, a Modest Fashion Week chega aos Estados Unidos pela primeira vez para trazer um novo conceito à moda americana. A melhor parte disso? A Hijab • Se faz parte dessa revolução como a primeira marca brasileira no ramo Modest Fashion a participar.


A Modest Fashion Week é um evento de moda internacional anual – com duração de três dias – que já teve como palco cenários deslumbrantes como Milão, Jakarta, Istambul, Dubai e Londres. Este ano, chega aos Estados Unidos pela primeira vez trazendo a iniciativa de uma conscientização global, palestras educativas, talks e desfiles de moda, além de grandes experiências interativas. A ideia de realizar o projeto em Miami tem como principal objetivo promover a inclusão e o poder de escolha na moda e por trás disso têm-se a organizadora Norsham Mohamad-Garcia – nascida e crescida em uma pequena aldeia na Malásia e residente nos Estados Unidos pela última década, o que gera um senso de representatividade e integração cultural ainda mais próximo e real. – Norsham é diretora administrativa da “The Connector Group International”, fundadora da “Arts Kuala Lumpur Miami” e está na indústria de esportes e entretenimento há vários anos.


Norsham Mohamad-Garcia conta com muito orgulho que o projeto tem intenções visionárias: Nós acreditamos na educação, criatividade, diversidade e auntencitidade: o futuro”, ela conta.

A Indústria da moda modesta é muito mais complexa do que se imagina, formada por designers, modelos e consumidores de fundo cultural rico e diversificado, englobando muito “além da modéstia” em si. “Acredito que a Modest Fashion Week irá causar um efeito ‘uau’ e irá repercutir entre muitos. Nos Estados Unidos, há muitos mercados de massa, por trás dos quais a identidade é perdida. Designers de moda modesta são muito criativos e criam roupas exclusivas. Os americanos gostam muito de roupas originais e a sede de exclusividade é uma grande vantagem para designers da Modest Fashion”, conta a organizadora.


Um fato interessante é que a Modest Fashion não se limita às mulheres que fazem o uso do Hijab, tampouco somente às mulheres muçulmanas – ou até mesmo apenas mulheres –. A Modest Fashion com o conceito “beyond modest” (além da modésia) visa um mercado criativo de moda sustentável e inclusiva, não sendo algo sazonal ou temporário. Isso é retratado no conceito da Hijab • Se como marca e da mesma forma, se faz nítido no evento da Miami Modest Fashion Week, onde serão apresentadas roupas femininas, de resort e também masculinas no estilo Modest Fashion.


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No espaço do Intercontinental Hotel Miami, entre os dias 30 de Novembro e 2 de Dezembro a Miami Modest Fashion Week reunirá marcas – entre elas, a própria Hijab • Se! Yes! –, talentosos designers, influenciadores e modelos "para unir os melhores talentos do setor na estratégia mais dinâmica, que se traduzirá em espetáculos mais fortes para designers, compradores e marcas da indústria da moda modesta para as gerações futuras", como contam as organizadoras. Além disso, o evento contará com atrações culturais, gastronomia, música e entretenimento.


Para as leitoras que puderem participar do evento: a Hijab • Se te encontra lá! E para as que não puderem, não se preocupem: a Hijab • Se traz a Miami Modest Fashion Week até você. Fiquem de olho!


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Manie El Khal é ‬Designer de Interiores, estudante de Arquitetura & Urbanismo e colunista da Hijab • Se.

Mineira e descendente de marroquinos, ‬atua como professora, palestrante, orientadora para mulheres muçulmanas e não-muçulmanas na comunidade de Minas e trabalha como voluntária para a IERA em Belo Horizonte. Amante da fé e da arte, mescla-as para traduzir sua essência.


Conheça mais sobre sua história através do Instagram: @maghrebiyah

 

Atualizado: 31 de jul. de 2020

Por Manie El Khal, 2 de Agosto de 2019 para o blog Hijab • Se

A Hijab•Se recentemente compartilhou com suas seguidoras nas redes sociais uma notícia que deixou muitas de nós, mulheres muçulmanas, muito felizes. A marca americana Banana Republic recentemente lançou uma linha de hijabs – hijabs reais que vão além de lenços convencionais ou encharpes que nós mesmas adaptamos para a função, pensados especialmente para mulheres muçulmanas –.

A linha conta com hijabs em dois tipos de tecido e quatro cores, exibidos pela modelo afro-americana Fatuma Yusuf. Enquanto isso foi um grande passo para o nosso reconhecimento, valorização de nossas demandas como consumidoras e uma forma de dupla representatividade – com uma modelo negra e muçulmana – nem todos receberam a notícia com animação.


Dessa vez, o foco da discussão não foi o véu em si – que a modelo aparece usando da forma tradicional cobrindo o colo e também estilizando-o como turbante –. A polêmica se deu em volta da maneira que as imagens publicitárias retratavam o hijab através do que a modelo vestia: blusas com a manga acima dos cotovelos – com os braços aparentes – e principalmente: um vestido – de mangas três quartos, relativamente curtas – com fendas laterais exibindo parte de suas pernas.


Melanie Elturk, criadora da marca Haute Hijab de New York, foi uma das primeiras figuras públicas a comentar sobre o assunto, simultaneamente aplaudindo à Banana Republic pela iniciativa e esforço da marca para atender às hijabis e fazendo uma crítica relativa ao modo como a linha foi retratada, alegando que a inclusão deve ser referente somente ao interesse das mulheres muçulmanas em serem consumidoras, mas também a respeito da forma de vestir, em relação ao qual ela menciona que “existem orientações para o hijab além de apenas cobrir o cabelo”.


Elturk teve suas considerações compartilhadas no blog da Vogue Arabia, amplificando assim a repercussão sobre o assunto, que deu muito o que falar nas redes sociais. Em questão de poucas horas a Banana Republic se manifestou, removendo as imagens anteriores e adaptando-as com recortes da maneira mais ideal. Em relação à resposta da marca, Melanie mostrou gratidão e ressaltou um ponto muito importante: “Impressionante, certo? Nós, como comunidade, nos reunimos, vimos algo errado e consertamos com nossas mãos e palavras. Da mesma forma que somos ensinados a fazer como muçulmanos.” O que de fato é algo lindo de se ver, desde que isso seja feito como a própria Melanie menciona: com apreciação pelo esforço alheio e gentileza ao abordar as exigências.


Por outro lado, muitos internautas consideraram sua crítica uma forma de racismo camuflado, visto que a Haute Hijab também já fez fotos de publicidade da própria marca onde as modelos não se encontravam vestidas totalmente de acordo com as diretrizes do Hijab. Entretanto, a crítica feita por Melanie Elturk se referia à não consideração de opiniões de muçulmanas por parte da Banana Republic na concepção publicitária da linha, que segundo ela, “levariam apenas alguns encontros e uma consulta com uma marca ou grupo de muçulmanas para aconselhar a fim de fazer o que é certo e respeitar nossos valores”. A criadora da Haute Hijab também se preocupou em defender a modelo Fatuma Yusuf dizendo que ela muito provavelmente não teve suas contribuições ouvidas nesse processo, apesar da marca fazer com que parecesse que Yusuf tivesse montado seu próprio look – o que faz a hipótese sobre a crítica ser racista cair por terra –. Além disso, em sua crítica, Elturk havia mencionado situações prévias similares que incluíam modelos brancas, como o caso da linha de abayas da Dolce & Gabbana que exibia as pernas das modelos com abayas curtas na publicidade.

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Em sua defesa, Melanie Elturk se expressou na manhã de ontem, 31 de julho, através do blog da Haute Hijab, alegando a melhor das intenções ao fazer a crítica:


“Claro, eu tenho defeitos como o resto de vocês. Sim, eu arregaço as mangas de vez em quando. O jeito que eu uso meus hijabs quadrados faz com que você possa ver algo dos meus cabelos na parte da frente. Mas jogar essas coisas na minha cara quando estou tentando lutar por uma causa nobre é desconcertante para mim. Claro, críticas construtivas são sempre bem vindas, mas, neste momento, vamos nos unir em direção a algo que eu espero que todos nós, como comunidade, possamos obter: responsabilidade corporativa por uma marca que busca lucrar conosco. Eles têm todo o direito de estar na arena, mas primeiro vamos nos certificar de que eles tenham o equipamento certo. Vamos lhes dar as ferramentas para falar autenticamente à nossa comunidade. Por que não os educar no contexto e impulsioná-los para serem melhores?"


Desse episódio existem muitas lições a serem absorvidas. Gradativamente passamos a ser reconhecidas por marcas que admiramos; mulheres muçulmanas são de grande potencial consumidor e o mercado busca lucrar com isso, o que muitas vezes será o foco escondido por trás da máscara de representatividade e inclusão. Quando virmos algo errado, devemos nos expressar e cobrar mudanças, especialmente quando isso coloca nossos princípios religiosos em jogo; nossa união é essencial e faz a diferença. O racismo não tem lugar entre nós, principalmente como muçulmanas, onde somos ensinadas pelo Profeta Muhammad (que a paz de Deus esteja sobre ele) que “não há virtude de um árabe sobre um estrangeiro nem de um estrangeiro sobre um árabe, nem de uma pele branca sobre a pele negra nem de uma pele negra sobre a pele branca, a não ser pela justiça.” E por último, porém não menos importante: ninguém é perfeito, de fato. Todos nós temos nossos altos e baixos e não faz de nós hipócritas buscar corrigir um erro alheio que já cometemos no passado quando temos as intenções corretas e aproximamos a situação com carinho. Estamos todas na mesma jornada, buscando os direitos de igualdade à todas, tentando ser melhores individualmente e em sociedade. Desde que vivamos esse princípio, nunca nos esqueçamos disso e tenhamos compaixão, seremos uma comunidade de mulheres sustentáveis que levantam umas às outras. E dessa forma, seremos como a luz: que é reconhecida por tudo o que toca e ilumina a todos ao seu redor.

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Manie El Khal é ‬Designer de Interiores, estudante de Arquitetura & Urbanismo e colunista da Hijab • Se.

Mineira e descendente de marroquinos, ‬atua como professora, palestrante, orientadora para mulheres muçulmanas e não-muçulmanas na comunidade de Minas e trabalha como voluntária para a IERA em Belo Horizonte. Amante da fé e da arte, mescla-as para traduzir sua essência.


Conheça mais sobre sua história através do Instagram: @maghrebiyah

 

Atualizado: 31 de jul. de 2020

Por Manie El Khal, 19 de Julho de 2019 para o blog Hijab • Se

“O que o Hijab significa para você?”


Há algumas semanas, fizemos essa pergunta em nossas redes sociais e muitas das respostas recebidas, demonstraram a mistura de sentimentos compartilhados por nós, mulheres muçulmanas.


Quem usa o Hijab compreende que ele vai muito além de um código de vestimenta: representando força, liberdade e independência, é a mais bela expressão de fé e um processo que ocorre de dentro para fora, a partir da convicção de que o valor da mulher se encontra em algo muito mais grandioso que seu corpo: ela mesma – e todo o potencial que carrega consigo.


Afinal, o que é o Hijab?

O Hijab, traduzido do árabe (حجاب), denota “cobertura”, “barreira” e “proteção” e consiste não somente no vestuário islâmico que preza pela privacidade e modéstia, como também se refere à postura e o comportamento dos indivíduos de acordo com tais princípios."

Ao contrário do que se pensa, ele não é exclusivo às mulheres muçulmanas – sendo orientado por Deus em revelações prévias e utilizado pelas mulheres cristãs e judias no passado, por exemplo –. Além disso, assim como todos os princípios religiosos dentro da fé muçulmana, é uma orientação que não se limita somente às mulheres, sendo igualmente aplicada aos homens – sim, eles também! –. No entanto, devido às suas naturezas distintas – o que inclui os atrativos de cada um –, as instruções do que deve ser resguardado também diferem. Contudo, isso não significa que o Hijab seja mais restritivo ou liberal para um em função do outro, apenas se adapta de formas distintas. Tampouco isso queira dizer que o nível de modéstia demandado das partes seja desigual, visto que o princípio se estende muito além das roupas e o aspecto físico.


Sendo assim, apesar da mulher levar uma peça de roupa a mais – um véu que cobre um dos seus principais atrativos: o cabelo –, ela leva consigo também algo honroso. Uma mulher muçulmana é inconfundível com o uso do Hijab e com isso, se torna uma representante da fé, carregando uma nobre responsabilidade, confiada a ela exatamente por sua capacidade para tal função. Para nós, isso corresponde a uma vantagem em relação aos homens, não o contrário. Além do mais, ao tratar do Hijab, o Alcorão – Livro Sagrado que orienta os muçulmanos – não aborda a figura feminina primeiro, ordenando que os homens não olhem para as mulheres inadequadamente – independente do que ela estiver vestindo – e não sejam promíscuos.

O significado do Hijab para as mulheres que praticam o Islam está fortemente relacionado à internalização da essência dele. Porém, não condiz a ideia de que quem não faz o uso deste se encontra em um patamar inferior. A religião muçulmana vê os seres humanos como únicos e dignos de respeito. Além disso, – como o próprio Hijab estima –, a fé enxerga o valor de cada indivíduo a partir do que ele apresenta em seu interior, não através de aspectos externos.


Dessa maneira, embora seja uma ordem e orientação de Deus, a iniciativa de usar o Hijab diz respeito ao momento da mulher com sua fé e consigo mesma, sendo uma escolha e processo pessoal unicamente seu. Isso deve resultar da internalização desse princípio, sem a necessidade de qualquer pressão social, tampouco a influência da figura masculina. O que lamentavelmente ocorre em alguns casos, é a sociedade tornar essa experiência em uma imposição ou fardo sobre a mulher, fazendo dela uma obrigação e expectativa mais social que religiosa, sem dar a ela a chance de se preparar para abraçar esse processo. Tal preparo é fundamental e é um privilégio que muitas revertidas acabam não tendo. Vale ressaltar que as primeiras mulheres a serem muçulmanas na história foram revertidas, não nascidas na religião. Ao longo de vinte e três anos da revelação do Alcorão ao Profeta Muhammad – que a paz de Deus esteja com ele –, a nação islâmica se adaptava ao novo modo de vida gradualmente. Isso se aplica também à revelação que aborda o Hijab, a qual foi feita de forma gradativa, quando as mulheres já possuíam a compreensão e convicção sobre a importância do mesmo e se encontravam mais firmes na fé. Da mesma forma, as novas muçulmanas que abraçam a fé nos dias de hoje sentem a necessidade de primeiramente estruturá-la, permitindo que a adaptação se dê aos poucos e naturalmente à medida que isso ocorre, ao invés de terem um novo modo de vestir como aspecto prioritário – correndo o risco de perderem essa conexão com o Hijab futuramente –. Isso é inclusive compreendido pelo Islam, visto que é uma mudança que ocorre nos corações e se manifesta mais tarde no exterior, não o contrário.


É importante lembrar, por fim, que o Hijab é uma jornada individual entre a mulher e seu Criador e embora nem todas as jornadas sejam iguais – nem se espera que sejam –, estamos todas juntas neste caminho. Por isso, deixe-nos ser mais compassivas em relação ao tempo de cada uma, assim como o Profeta o era com seus companheiros e suas esposas. Que nos recordemos que o intuito do Hijab visa libertar, proteger e honrar a mulher, para que dessa forma impulsionemos tais princípios, libertando, protegendo e honrando nossas irmãs na fé. Afinal, somos todas mulheres muçulmanas em busca de um mesmo objetivo: a satisfação de Deus quando for removida a separação entre nós e Ele.




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Manie El Khal é ‬Designer de Interiores, estudante de Arquitetura & Urbanismo e colunista da Hijab • Se.

Mineira e descendente de marroquinos, ‬atua como professora, palestrante, orientadora para mulheres muçulmanas e não-muçulmanas na comunidade de Minas e trabalha como voluntária para a IERA em Belo Horizonte. Amante da fé e da arte, mescla-as para traduzir sua essência.


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