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Se existe alguém que possa ser mencionado em todos os aspectos como um exemplo de virtude, caráter, comportamento e vida, essa pessoa é sem dúvidas o Profeta Muhammad, que a paz e as bênçãos de Deus estejam sobre ele). De forma atemporal, sua vida pode ser analisada do início ao fim e nos trazer respostas e soluções de todos os tipos de problemas e situações contemporâneas, além de nos inspirar ao desenvolvimento pessoal do nosso caráter, tal como o desenvolvimento das nossas sociedades e meios de atuação. Inclusive considerado a pessoa mais influente de todos os tempos ocupando a primeira posição de cem na lista que inclui os maiores cientistas, filósofos, pensadores, artistas e figuras religiosas de todos os tempos na obra de Michael Hart. Esse é Muhammad (saws), incomparável. Nesse texto, falaremos um pouco melhor de sua vida e como ela impacta todo o Universo.



Quem foi o Profeta?


O Profeta Muhammad, nascido neste dia, há 1444 anos atrás, em Makkah – Arábia Saudita, foi escolhido por Deus para ser o selo da Profecia, ou seja, para finalizar da melhor forma a missão dos Profetas de passar a orientação Divina à humanidade através dos Livros Sagrados revelados por Deus, o que se refletia na vida de cada um deles. Assim, Muhammad (saws) foi o último Profeta e não deixou dúvidas ou falhas no “manual de instruções” que viveu e nos entregou como guia, que nos ensina os melhores meios de se viver de forma harmônica com a fé e o Universo, o que se aplica a toda e qualquer sociedade, toda e qualquer época, até o fim dos tempos.



Luz e pureza – O honesto e o verdadeiro


Desde sua infância, é inegável a luz que emanava do Profeta – que se tornou Profeta aos 40 anos, após longos períodos de isolamento e adoração a Deus – e isso se dá não somente por sua própria pureza, mas especialmente por ser o escolhido de Deus para carregar sua tão nobre missão. Inclusive, quando ainda era criança e brincava, um anjo abriu seu peito e lavou seu coração purificando-o ainda mais, preparando-o para a Profecia que o atingiria mais tarde. Desde então, o Profeta dedicou sua vida ao bem, adorando a Deus sinceramente em um contexto conturbado pela idolatria, e transbordando virtudes em todas as suas atitudes. Durante a juventude, era conhecido por todos como “O honesto e O verdadeiro” e tinha uma nação inteira confiando toda e qualquer decisão a ele, por seu caráter impecável.



Testes – a fonte da paciência


A vida do Profeta nunca foi fácil. Perdeu seu pai ainda no ventre. Se apegou à mãe e logo despediu-se dela quando ainda nem havia superado a ausência do pai. Foi assolado por contínuas perdas de quem amava, incluindo seus filhos ainda bebês, sua amada esposa, Khadijah, que era seu porto seguro, entre tantos outros testes pelos quais passou e pacientou, confiando na recompensa e companhia de Deus durante esse processo.


Como Profeta, não foi diferente. Apesar de até então ser reconhecido por sua honestidade e como alguém que jamais enganou ou mentiu, assim que recebeu a Primeira Revelação e assumir seu papel como Profeta diante dos familiares e conhecidos que tanto confiavam nele, foi renegado, desmentido, tido como louco e mentiroso. Depois disso, teve que enfrentar – junto a toda a responsabilidade que agora o acompanhava – grande repressão, perseguições, boicotes comerciais, cercos que separavam a ele e seus seguidores do resto da sociedade – impedindo-os de se alimentarem, trabalharem e viverem dignamente – tal como apedrejamentos e combates sangrentos, além de toda a carga emocional que isso proporcionava.



Perdoe-os pois eles não sabem


Ainda que tenha sofrido tudo isso, passou a vida pedindo perdão por aqueles ao seu redor, inclusive os que nutriam inimizade contra ele, o maltratavam e cometiam atrocidades contra ele e seus seguidores, em uma ocasião limpando o sangue de seu rosto e relembrando o que Jesus disse anteriormente “[...] ó Deus, perdoe-os, pois eles não sabem!”. Ele não permitiu que a dor o tornasse amargo, rude, ou rígido, mesmo com essas pessoas. Havia inclusive uma mulher que vivia ao lado do Profeta, e todos os dias jogava detritos e sujeiras em sua porta. Um dia, ele saiu e não encontrou nada, e estranhou o ocorrido, por isso foi à sua casa verificar se estava tudo bem com ela. Como esperar qualquer maldade de um ser humano que tem a compaixão e a bondade correndo em suas veias em tal nível?



O melhor para todos os seres


Com seus companheiros, familiares e esposas, era ainda mais amoroso, compassivo, cuidadoso e bondoso. Transbordava bom humor, ria, brincava com as crianças, permitia que elas brincassem na Mesquita e subissem em suas costas durante a oração. Com as suas esposas, apostava corrida, levava-as para se divertirem; libertava e incentivava a libertação dos escravizados e garantia a eles o mais alto nível de dignidade na sociedade, aconselhava carinhosamente todo aquele que o buscava para qualquer coisa, distribuía todos os seus bens de forma totalmente altruísta sempre pensando no melhor para o outro, sem qualquer discriminação de gênero, classe, cor, ou qualquer outro critério. Foi o primeiro ativista por direitos humanos, animais e meio ambiente no mundo: ensinava o cuidado e a gentileza com todos os seres vivos, inclusive animais e plantas; Ensinava a servir os outros para servir a Deus, garantindo o direito de cada um, ressaltando os direitos das mulheres, dos idosos, das crianças, dos órfãos, dos pais, e até mesmo nos orientou quanto ao direito que temos sobre nós mesmos, devendo nos cuidar para poder assim cuidar dos outros, para uma sociedade saudável e harmônica.



Indubitavelmente: o escolhido


Impossível não reconhecer uma alma tão nobre como o selo da Profecia, o último Profeta escolhido por Deus para orientar a humanidade, o maior exemplo de vida que esse mundo já viu: Misericórdia para a humanidade. Que possamos honrá-lo e nos espelhar em suas virtudes em um mundo que necessita mais do que nunca da sua luz e mencioná-lo não apenas com nossas bocas, mas com nosso caráter e nosso impacto no mundo. Que possamos o encontrar, assim, no dia do Juízo, e sermos reconhecidos como sua nação, aqueles que seguiram seus passos e viveram seus ensinamentos. Eis quem a paz e as bênção de Deus acompanharão até o fim dos dias: o Profeta Muhammad (saws).


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Manie El Khal é Arquiteta, Urbanista, ‬Designer e Colunista Oficial da Hijab•Se. Mineira e descendente de marroquinos, é amante da fé e da arte e mescla-as para traduzir sua essência.

Conheça mais sobre sua história através do Instagram: @maghrebiyah


 

Por Manie El Khal, 02 de Outubro para o blog Hijab•Se

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"Você é de lá? Você fala português muito bem."

Quantas vezes já não ouvimos e rimos de perguntas como essa vivendo como brasileiras e muçulmanas? Acontece que apesar de ser cômico, é triste pensar que muitas vezes, quando somos reconhecidas como muçulmanas, a sociedade falha em nos reconhecer como parte de si. Somos assimiladas a algo diferente, de fora, e imediatamente ligadas a ideias de opressão, submissão, passividade, entre outros. Enquanto isso, somos terra do mesmo lugar e temos nossa própria identidade, como muçulmanas, brasileiras, mulheres. Às vezes compartilhamos do uso do véu, às vezes não, às vezes usamos roupas tradicionais de outra cultura, às vezes não. Às vezes almoçamos arroz e feijão e às vezes a comida típica da culinária dos nossos pais... Somos diferentes em jeito, mas somos iguais em valor. Fazemos parte da história dessa país, e continuaremos fazendo, uma por uma, até o fim. ♥


Uma terra colorida

Como muçulmanas, somos tão antigas no Brasil quanto o próprio país. A chegada do Islam acontece com a vinda de negros e negras africanos escravizados pelos portugueses. Muitos deles eram muçulmanos e se destacavam por possuírem costumes diferentes, como admiráveis hábitos de higiene, domínio da língua e da escrita árabe, recitação de versículos corânicos e especialmente: resistência contra a escravização deles, o que resultou na famosa "revolta dos Malês, na Bahia". Esses muçulmanos aprenderam com o Islam que eram todos seres humanos dignos e não deveriam se submeter a ninguém exceto a Deus, por isso viveram e morreram provando o significado de ser muçulmano.


Como brasileiros, também descendemos deles. Somos fruto de uma miscigenação característica do processo de colonização do país, e por isso somos tão diversos. Além disso, o território brasileiro é tão imenso, que cada estado tem seus sotaques, expressões, manias, cultura. Imagine o Brasil inteiro? Como podemos olhar para uma mulher muçulmana e imediatamente assimilar a um país diferente? Pertencemos a esse país, com toda a nossa diversidade. Somos parte dele, e ele é parte de nós. Essa troca mútua gera inúmeros resultados, então, quando pensarmos nas brasileiras muçulmanas, lembremos: somos um infinito de possibilidades.


"Volta pro seu país"

Algumas de nós, de fato, tem um background ou raízes estrangeiras, e na grande maioria desses casos, essas mulheres são nascidas e crescidas no Brasil, possuindo toda a vivência cultural do país, apesar do contato - muitas vezes limitado - com outras culturas, o que apenas enriquece sua formação pessoal. Cada cultura possui sua riqueza, e a mistura de dois mundos é o que deixa cada um deles ainda mais belo, único, surpreendemente diferente.


Contudo, ainda assim, brasileiras natas ou não, qualquer mulher muçulmana que se encontre em território brasileiro, inevitavelmente cria e carrega consigo sua vivência pessoal enquanto cidadã do mundo, e recebe marcas da cultura brasileira em si, convivendo, aprendendo, ensinando, enaltecendo o que há melhor na sua própria identidade e na mistura de culturas, filtrando e deixando de lado aquilo que não as cabe e nem as acrescenta. Sendo assim, a próxima vez que ouvir "volta para o seu país", volte para si. Somos um universo extraordinário, e transbordamos daquilo que há em nós. Deixemos todo o sistema testemunhar todo o nosso brilho, então. ♥


Como um só

Cor, status, profissão, ou qualquer outro critério de avaliação são meros detalhes. A religião nos ensina que não há absolutamente nenhuma diferença entre os seres humanos exceto pela virtude de cada um. Somos ensinadas a nutrir uma irmandade entre nós para que possamos criar comunidades saudáveis, que sejam uma rede de apoio mútuo a todos e todas que estejam ali. Por que será que isso muitas vezes não acontece? A falha está em enxergar as diferenças como parâmetros separatistas, que definem quem é melhor ou pior, sendo que a base da religião ensina a abraçar os indivíduos como se todos fossem um só, dignificando cada um com a sua essência e personalidade únicas.


Não é diferente conosco, mulheres, brasileiras e muçulmanas. A fé espera nos unir em um mundo que nos separa. Os princípios da religião valem para todas, e através deles devemos buscar nos fortalecer, com amor, amizade e coisas boas. As recompensas igualmente valem para todas, e ninguém possui acesso a isso, senão Aquele que definiu o nosso valor como grandioso e igualitário, por isso, não julguemos as intenções que ocultam os corações de outras muçulmanas. Às vezes, podemos notar um deslize externo e visível aos olhos, e carregarmos assim um defeito internamente tóxico, que ninguém enxerga. Por isso, sejamos compassivas, amorosas, e possamos assim nutrir grupos de mulheres de fé bonita, fortes, que ressaltem o que há de melhor em cada uma, explorem experiências inesquecíveis juntas, e possam compartilhar de um laço mais intenso que o de se ter sangue brasileiro: o laço da fé.

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Manie El Khal é Arquiteta, Urbanista, ‬Designer e Colunista Oficial da Hijab•Se. Mineira e descendente de marroquinos, é amante da fé e da arte e mescla-as para traduzir sua essência.

Conheça mais sobre sua história através do Instagram: @maghrebiyah


 

Por Maynara Nafe, 7 de Fevereiro para o blog Hijab•Se.


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A religião foi, ao longo da história, traço definidor de comportamentos políticos e sociais, moldando o nosso entendimento sobre a realidade. Com o passar do tempo, as concepções religiosas foram se modificando, assim como as práticas culturais das diversas sociedades ao redor do mundo. Contudo, é importante salientar que apesar de possuirem, hoje, afeições distintas, o Cristianismo e o Islamismo, nascidos no mesmo berço social, partilham, ambas, dos mesmos princípios de caridade, amor e fé. Sendo assim, religiões irmãs.


Das três grandes religiões monotetistas que nasceram na Península Arábica e que, hoje, dominam o mundo, tanto o Cristianismo quanto o Islamismo foram concebidas sob o signo de um mesmo povo, os levantinos, remontando afinidades históricas. Embora a distância temporal entre as duas grandes religiões demarquem diferenças na compreensão do divino, ambas anseiam responder aos mesmos dilemas sociais e políticos que existem na cultura árabe. Isso pode ser ilustrado pela recomendação, de ambos os livros sagrados, a Bíblia e o Alcorão, possuírem aspectos similares na forma de vestimenta.


As semelhanças não se limitam à mera coincidência geográfica da revelação da fé. Há várias semelhanças no conteúdo, tanto nos princípios basilares da doutrina, a saber, o amor, a caridade, a fé em Deus, a defesa da justiça e a crença da vida eterna, quanto dos personagens narrados. Apesar da mistificação de que tem sido vítima, o Islã, no Ocidente e principalmente no Brasil, onde o número de praticantes ainda é baixo e ainda muito vinculada a identidade árabe, o Islã é notoriamente uma religião de vanguarda, que defende a paz, a justiça entre os homens e a caridade para com o próximo, bem como ensinado no Cristianismo.


Além disso, ressalta aos olhos a clara intersecção entre os personagens narrados em ambos os livros, como por exemplo, a figura de Jesus é vista no Islã como um dos maiores profetas de Allah, que lhe revelou o Injil (evangelho, em árabe). No Alcorão, ele é mencionado em 15 das 114 Suras, com cerca de 93 menções. O Alcorão fala do nascimento virginal de Jesus, sendo Maria sua mãe (suras 19:16 a 23 e 29 a 33). Menciona também diversos milagres atribuídos a Jesus, como restaurar vista aos cegos, curar leprosos e ressuscitar mortos (sura 3:49).


Muitos afirmam que o Islamismo se desenvolveu a partir do judaísmo e do cristianismo. Esta é uma manifestação da visão convencional do islamismo como uma “heresia cristã”. Apesar das claras conexões existentes entre ambos os textos sagrados, a articulação desses elementos serve, no Islã, a um propósito teológico distinto, ainda que no fundo defendam princípios universais. Desta maneira cabe reafirmar: o Islamismo não é produto de “reinterpretação” do Cristianismo mas, sim, fés que nasceram próximas, entrelaçaram-se com o tempo, mas seguiram caminhos distinto; religiões irmãs.


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Maynara Nafe é neta de palestinos nascida no Brasil. Graduanda em Direito, atualmente é Secretária de Juventude da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL) e colunista do Monitor do Oriente. Palestina e cristã, Maynara fala versa sobre a causa palestina, política e resistência feminina.

Conheça mais sobre sua história através do Instagram: @maynafe


 

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